este ano Prêmio Mundial de Culinária Basca 2022, considerado o "Nobel" da gastronomia, acabou Fatmata binta. O chef é o promotor do 'Dine on a mat', uma iniciativa que aposta na cultura e gastronomia Fulani. Contamos todos os detalhes sobre este chef que tenta dar voz à maior tribo nômade da África através seus costumes e sabores.
Fatmata Binta: uma chef comprometida
Guerra, miséria e exílio forjaram Fatmata binta e o fizeram vestir uma couraça com a qual luta todos os dias. O chef nascido em Serra Leoa, e atualmente residente em Gana, viveu em sua carne a guerra e o êxodo quando eu era criança. Desde pequena teve como referência a avó, que conseguiu levar a família adiante cultivando cereais. Ali começou sua amor por cozinhar e sua luta para ajudar os mais necessitados.
Nos últimos anos, Binta tornou-se uma das vozes mais importantes da gastronomia africana. Seu esforço para divulgar e resgate do ostracismo A cultura Fulani, a tribo nômade na qual ele nasceu, abriu-lhe as portas do Olimpo. Seus trabalho duro por conservar o património gastronómico da sua cidade, acaba de ser galardoada com o Basque Culinary World Prize 2022.
O "Nobel" da gastronomia
Fatmata binta O seu trabalho foi recompensado com um dos mais prestigiados prémios atribuídos no mundo da cozinha. O Prêmio Mundial de Culinária Basca, dotado de 100.000€, é um prêmio promovido pelo Centro Culinário Basco de São Sebastião e pelo Governo Basco. Este prémio, considerado o "Nobel" da cozinha, é atribuído a chefs que tenham promovido iniciativas transformadoras dentro do mundo gastronômico.
Como todos os prêmios deste calibre, o júri é composto por representantes seniores do mundo da gastronomia e dos cinco continentes. Entre esses membros estão Joan Roca, Gastón Acurio, Michel Bras, Elena Reygadas ou Pía León, entre outros. Todos eles destacaram o trabalho realizado pela Binta com a iniciativa 'Dine on a mat' em defesa de suas raízes e integração social em Gana.
O intenso trabalho social de Fatmata Binta
Além de seu intenso trabalho de divulgação da cultura Fulani, Fatmata binta criou sua própria fundação: a Fulani Kitchen Foundation. Através desta organização, pretende transformar os produtos da sua terra numa fonte de rendimento para as comunidades mais desfavorecidas. Entre esses alimentos está o fonio, um cereal sem glúten, de muito bom sabor e cultivada em grande parte da África.
Outra forma pela qual pretendem arrecadar fundos são os jantares beneficentes. Todos os rendimentos destas noites irão para o Desenvolvimento de projetos comunitários em diferentes áreas de Gana. Por outro lado, a Fundação pretende educar e treinar meninas e mulheres da comunidade Fulani, começando pela construção de um centro especializado para isso.
A antiga gastronomia Fulani
A gastronomia Fulani tem muitos séculos de história e Fatmata Binta luta por ela. Ao longo da história, os membros dessa comunidade intercalaram o cultivo de cereais com a produção de laticínios. Estes últimos são comercializados com grande sucesso no continente africano. Entre eles destaca a manteiga e uma bebida chamada fura, que é feito com leite fermentado, açúcar e grãos de milho.
Mas seu produto estrela é, sem dúvida, o queijo wagassi. Esta comida é muito popular em toda a área de Fulani, especialmente no Benin. É um queijo macio e saboroso, ideal para cozinhá-lo em ensopados ou comê-lo frito. Sua preparação é simples, igual aos outros queijos. Depois que o leite é cozido, adiciona-se o soro e envolve-se em folhas de algodão. Mais tarde, quando coagulado, é colocado em cera vermelha e armazenado nessas condições.
África é um Cadinho de cultura, um continente que vemos longe apesar da sua relativa proximidade, e que tem uma gastronomia muito variada. O prêmio a Fatmata binta É uma homenagem ao seu trabalho em defesa de suas tradições e seu projeto social. Você se atreve a provar os pratos típicos da culinária Fulani?