Início Atualidade Há um colapso nos matadouros?

Há um colapso nos matadouros?

Alguns matadouros e organizações agrícolas levantaram preocupações sobre um aumento significativo nas remessas de gado, principalmente vacas, para matadouros. Esta situação gerada pela seca tem colocado em risco o fornecimento adequado de forragem para alimentar o gado. Os pecuaristas afirmam que o colapso dos matadouros se deve à falta de alimentos, à necessidade de tomar medidas para garantir a sobrevivência do gado e o abastecimento de carne no futuro.

A verdade está nos mercados.

De acordo com o último relatório da telemercados, o preço do boi diminuiu devido à pressão gerada pela maior oferta de animais no mercado. Essa situação se deve à estiagem e à queda do preço do leite, o que prejudica a rentabilidade dos produtores. Tudo isso tem gerado mais sacrifícios de animais, algo que preocupa a indústria quanto à substituição de animais no futuro. Os preços de mercado são considerados uma ferramenta importante para avaliar a situação atual do mercado e entender as tendências do setor pecuário.

Mercado de Salamanca.

Telelonjas informa que "a seca e a queda do preço do leite dificultam muito a rentabilidade e mais estão sendo sacrificados, com a consequente preocupação do setor com a futura reposição dos animais".

Observando as pastilhas da Binéfar, líder de mercado no setor de carne bovina, o preço do quilo da vaca em aleitamento caiu doze centavos. Comparado a fevereiro, diminuiu vinte centavos. Então há um colapso nos matadouros? Cada vez mais vacas são abatidas, as causas são a seca e a falta de forragem para garantir a alimentação dos ruminantes.

O que a indústria pensa?

Para a Associação dos Produtores de Carne (Asoprovac) não há colapso nos matadouros. Embora reconheçam que houve mais sacrifícios no último ano, devido ao aumento do preço da carne.

Enquanto outros especialistas do setor garantem que maio é uma época comum para enviar vacas para o matadouro, já que no final de abril termina o "período de retenção" da carne bovina, período que os cabeças de gado da fazenda se reúnem para poder cobrar a ajuda da Política Agrícola Comum (PAC).

Além disso, segundo fontes do empregador da carne Fecic, não há registro de que empresas ou frigoríficos tenham relatado problemas em relação à alimentação do gado ou ao abate de animais.

Sala de corte de um matadouro na Cantábria. EFE/Célia Aguero Pereda

Por fecal, existem dificuldades em frigoríficos individuais, como é o caso do frigorífico Macrisa. Seu presidente, Javier Roldán, afirma que se houve um colapso nos matadouros. A escassez de forragem fez com que os custos da alimentação do gado de corte aumentassem, tornando mais caro manter as vacas em suas fazendas do que mandá-las para o abate. Javier Roldán reconhece que durante o mês de maio o abate tende a aumentar 10-15% devido ao fim do período de retenção, mas este ano o número aumentou 30%. Além disso, ao invés de serem vacas em fase de maturação, são jovens em aleitamento em plena produção.

Dada a escassez de forragem, os agricultores têm de avaliar quantas vacas podem alimentar. A forragem é muito importante, pois é essencial para os ruminantes. Além disso, eles são caros para importar.

É nítido o aumento do abate de carne bovina, causado por diversos fatores: aumento dos preços, aumento dos custos de produção nas fazendas, fim do "período de recolhimento" e estiagem que afeta o abastecimento de forragens necessárias.

 

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