Se existe uma bebida espirituosa que está no coração de todo peruano, sem dúvida é o pisco. Admirado e premiado em todo o mundo por seu sabor e aroma requintados, o pisco contém muita história e tradição. O aroma do pisco é o perfume do Peru e seu sabor, o orgulho peruano a cada gole.
Considerada a bebida emblemática do Peru, costuma estar presente em todas as comemorações, reuniões sociais ou acompanhando um prato à mesa. Tal é o enraizamento com a sociedade local que até tem sua própria celebração anual. Todo quarto domingo de julho é comemorado no país o Dia Nacional do Pisco. Ainda neste dia, milhares de litros desta bebida saem da fonte da Plaza de Armas de Lima para o deleite de todos os presentes.
Pisco, reconhecido como Património Cultural da Nação
A origem desta emblemática bebida se encontra na província com a qual compartilha o nome Pisco, a cidade de Ica, no sul do Peru. Ali são colhidas as oito castas de pisco (Quebranta, Negra Criolla, Mollar, Italia, Moscatel, Albilla, Torontel e Uvina), que se distinguem pelos seus aromas inconfundíveis. O próprio termo pisco remonta aos tempos pré-incas, quando uma casta de ceramistas chamada piskos existia no território do que hoje é a região de Ica. Estas dedicavam-se ao fabrico de vasos cónicos utilizados para armazenar e transportar líquidos. Durante a Colônia, esses utensílios eram usados para conservar o destilado de uva.
Em 1988, o pisco foi reconhecido como Patrimônio Cultural da Nação após realizar um estudo sobre as raízes peruanas deste destilado que datam do século XVI.
produção peruana
No processo de elaboração do pisco, nenhum outro ingrediente é envolvido além do suco fresco. Isso permite preservar a pureza da bebida em seu mais alto grau. Embora seu consumo remonte a quando os espanhóis trouxeram a videira, nos últimos anos tem sido reivindicada sua origem peruana. A denominação de origem foi criada para padronizar sua produção.
Um grupo de engenheiros, agrônomos e geólogos realizou uma investigação na qual demonstrou que o pisco só pode ser produzido no Peru. Tudo isso graças ao fato de possuir rochas, sedimentos, relevo e solo perfeitos para o nascimento deste destilado. Atualmente, a indústria do pisco conta com mais de 800 produtores. Em sua maioria, mantêm até hoje os métodos ancestrais para o processo de elaboração em várias áreas geográficas do país, como Ica, Arequipa, Lima, Moquegua e Tacna.
Os três tipos de pisco
As uvas pisco são classificadas em dois grandes grupos, as não aromáticas — quebranta, mollar, negra criolla e uvina. E as aromáticas, italia, moscatel, torontel e albilla. Com eles você pode produzir três tipos de pisco:
- Pisco puro, obtido exclusivamente de uma única variedade de uva pisco.
- Mosto verde pisco é uma destilação de mostos cuja fermentação foi interrompida. A tradição é fazê-lo 3 ou 4 dias após o início da fermentação e a uma temperatura entre 5° e 6° baumé.
- O pisco acholado, obtido a partir da mistura de duas ou mais castas de pisco. Pode ser feito pressionando as uvas juntas, juntando os mostos fermentados antes da destilação. Fazendo também testes controlados de piscos puros até atingir o “corte” ideal.
O sabor único do Pisco Sour
Sua mistura de sabores intensos, sua aparência vistosa e seu aroma forte fizeram deste delicioso coquetel um símbolo turístico do Peru e um produto que pode ser exportado para o mundo. Este coquetel altamente fresco foi criado em Lima na década de 1920 por Víctor Morris, proprietário do bar 'Morris'. Victor Morris primeiro preparou esta bebida na ausência de um bourbon para fazer um uísque azedo.
Fonte: Promperú See More
